Olá a tod@s!
O Gato Vadio Júlio vai passar por Lisboa (Livraria Braço de Prata), Aveiro (Biscoito) e Porto para apresentar esta raridade abaixo! Apareçam!!!
quando? sexta 30 de março
A que horas? 21:30h
Onde? no Biscoito atelier . galeria . café
O JAZZ DA BANCARROTA e outros contos (nem sempre) grotescos – Paul van Ostaijen (editora 7 Nós)
Troque já o Estado, a Banca e o ministro da Cultura por este livro!
Anexos: Sinopse + Capa + Súmula Vida e Obra (em inglês)
É um caso raro o anonimato de Paul van Ostaijen (1896-1928) na história oficial e não-oficial da literatura europeia do século XX.
Em 2006, Van Ostaijen ganhou popularidade com a realização do filme mudo Bankroet Jazz, baseado num dos “contos” reunidos na antologia e que dá o título à selecção agora publicada pela 7 Nós. As apresentações do livro (que passarão pelo Porto, Lisboa, Aveiro, Braga), além de contarem com a participação de um dos editores (que escreveu um relato sobre a vida e obra do autor) e do tradutor (Arie Pos), terão esse motivo aliciante: a projecção do filme Bankroet Jazz.
Aqui têm o link para a página oficial do filme “Bancarrota Jazz”
http://www.bankroetjazz.nl/
(O filme tem a duração de 40 minutos. É feito com imagens dos anos 20/30 e segue a estética dadaísta. Sendo um filme mudo, porém, asseguramos a tradução em berros-Dada das passagens com narração.)
A par da poesia, Van Ostaijen notabilizou-se pelos seus contos grotescos. Se a poesia seguia a via ascética da autopoiesis, Ostaijen denota com as sátiras a necessidade de encontrar o meio de dizer o que a poesia calava. Está convicto de que, num mundo desencantado pela mentira instituída, o uso do grotesco, da farsa e do ultraje são os únicos meios de se aproximar da “verdade” e, desse modo, restituir ao humano a realidade e a lucidez crítica.
À luz do presente, os contos reunidos nesta antologia (traduzidos do neerlandês por Arie Pos) deixam-nos a impressão de terem sido escritos sobre a fase política da Europa de hoje, ao trazerem à superfície o homem precário e anónimo, controlado pela política do Estado, depauperado pelo economicismo e pela plutocracia da Banca, disciplinado pelas organizações hierárquicas que cercam o quotidiano, endomingado pela moral fetichista da cultura de massas.
Mesmo se o flamengo se mune de um discurso farsante, virtuoso e rigoroso, para ridicularizar a organização social da mentira, a sua função não era em nenhum momento apresentar certezas, talvez por saber que as certezas, nomeadamente as que dominam, constituem um obstáculo à mudança.
Tentados à clareza e a con-ferir ao leitor uma legibilidade impressiva e dissecadora das flutuações passadas e actuais, na Europa e na cultura, recuperamos hoje a prosa engenhosa de Van Ostaijen, o seu humor agudo e dissidente, a menos digestiva crítica anti-autoritária, ontem hipotecadas por uma espécie de passivo literário.